não confie na sua memória

(2002)

Uma das mais evidentes características é o fato de, embora ancorada em imagens, não abandonar o desejo pela linguagem escrita, sustentando uma vontade de proximidade e mistura. Há mesmo trabalhos em que primeiro se sobressaem palavras ou frases, confundindo o signo escrito com a coisa que é retratada. Em um deles, lê-se alerta escrito por cima de nuvens e céu azul: “não confie na sua memória”.

Aviso ainda sublinhado pelo espelhamento das letras impressas sobre o suporte fotográfico que lembra, paradoxalmente através de palavras, que o olhar é construtor de subjetividades e que a história de cada um é reencenação do agora. Um elogio torto mas firme à prática de registrar o esquecimento que é própria da fotografia.

(Moacir dos Anjos, 2017)

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